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28 de nov. de 2012

Psicologia da Caridade

 

 

Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos foram,
pois é nisto que consistem a lei e os profetas.” - Jesus - Mateus, 7: 12.
 
Provavelmente, não existe em nenhum tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.
Esbarrando com a vítima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficência, mas seguiram de largo, receando complicações.
Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.
Não sabe quem é. Ignora-lhe a procedência.
Não se restringe, porém, à emotividade.
Pára e atende.
Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e condu-lo à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma tragar em nome da prudência.
Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado em porta alheia. Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.
No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente. Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-lhe o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.
 

21 de nov. de 2012

TOLERANCIA E COERENCIA

Compreender e desculpar sempre, porque todos necessitamos de compreensão e desculpa, nas horas do desacerto, mas observar a coerência para que os diques da tolerância não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a desordem.

Disse Jesus: "amai os vossos inimigos".

E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.

Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora...

A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção, ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem, enquanto isso se nos torne possível.

Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...

A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar complicações aos próprios amigos, mas preferiu suportar-lhes a perseguição gratuita, ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas, quanto às obrigações que a responsabilidade do conhecimento superior lhes precoitua.

°°°

Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...

A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais elevada, mas preferiu agüentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.

Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...

A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que se lhe não golpeasse a obra nascente, mas preferiu silencia e partir, invocando o perdão da Providencia Divina para os próprios verdugos, ensinando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar por eles, sem, contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue crescimento com o nosso apoio.

°°°

Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos, demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que abraça a todos, mas não transigiu com o mal.

Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância sem coerência.

(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
 pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)
 
 

14 de nov. de 2012

Indulgencia

 Queridos amigos, sede severos para vós mesmos e indulgentes para as fraquezas alheias. Essa é também uma forma de praticar a santa caridade, que bem poucos observam. Todos vós tendes más tendências a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar. Todos vós tendes um fardo mais ou menos pesado que alijar, para subir ao cume da montanha do progresso. Por que, pois, ser tão clarividentes quando se trata do próximo, e tão cegos quando se trata de vós mesmos? Quando deixareis de notar, no olho de vosso irmão, um argueiro que o fere, sem perceber a trave que vos cega e vos faz caminhar de queda em queda? Crede nos Espíritos, vossos irmãos. Todo homem bastante orgulhoso para se julgar superior, em virtudes e méritos, aos seus irmãos encarnados, é insensato e culpado e Deus o castigará, no dia da sua justiça. O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, e consiste em não se verem superficialmente os defeitos alheios, mas em se procurar destacar o que há de bom e virtuoso no próximo. Porque, se o coração humano é um abismo de corrupção, existem sempre, nos seus mais ocultos refolhos, os germes de alguns bons sentimentos, centelhas ardentes da essência espiritual.
O Evangelho Segundo o Espitismo Cap. X item 18
           

8 de nov. de 2012

Na hora da crítica

Salientamos a necessidade de moderação e equilíbrio, ante os momentos menos felizes dos outros; entretanto, há ocasiões em que as baterias da crítica estão assestadas contra nós.
Junto de amigos, quanto de opositores, ouvimos objurgatórias e reprimendas e, não raro, tombamos mentalmente em revolta ou depressão.
Azedume e abatimento, porém, nada efetuam de construtivo. Em qualquer dificuldade, irritação ou desânimo apenas obscurecem situações ou complicam problemas.
Atingidos por acusação e censura, convém estabelecer minucioso autoexame. Articulemos o intervalo preciso, em nossas atividades, a fim de orar e refletir, vasculhando o intimo da própria alma.
Analisemos, sem a mínima compaixão por nós mesmos, todos os acontecimentos que nos ditam a orientação e a conduta, sopesando fatos e desígnios que motivaram as advertências em lide, com rigorosa sinceridade. Se o foro íntimo nos aponta falhas de nosso lado, tenhamos suficiente coragem a fim de repará-las, seja solicitando desculpas aos ofendidos ou diligenciando meios de sanar os prejuízos de que sejamos causadores. Entanto, se nos identificamos atentos ao dever que a vida nos atribui, se intenção e comportamento nos deixam seguros, quanto ao caminho exato que estamos trilhando em proveito geral e não em exclusivo proveito próprio, saibamos acomodar-nos à paz e à conformidade. E, embora reclamação e tumulto nos cerquem, prossigamos adiante, na execução do trabalho que nos compete, sem desespero e sem mágoa, convencidos de que, acima do conforto de sermos imediatamente compreendidos, vige a tranquilidade da consciência, no cumprimento de nossas obrigações.
Emannuel, Chico Xavier ( Estude e viva)